domingo, 17 de julho de 2016

Parabenizo a 12ª Subseção - OAB Campos, a nossa CASA DO ADVOGADO.

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Foi uma festa belíssima, muito bem organizada, de extremo bom gosto e, parabenizo a todos.Por razões alheias a minha vontade eu não pude estar presente.Assim, como alguns outros colegas que havíamos combinado de ir, mas imprevistos nos impediram.
Há cinquenta anos, iniciava-se o processo de interiorização da OAB/RJ, com a criação das treze primeiras subseções.Na noite de 15/07 a advocacia de Campos marcou presença em sua 12ª Subseção para celebrar o cinquentenário.
Em comemoração foi inaugurado o novo auditório da sede que leva o nome do primeiro presidente da Ordem, Hércio Bruno. A solenidade contou com a presença do presidente da OAB-RJ, Felipe Santa Cruz; do diretor do Departamento das Subseções, Carlos André Pedrazzi; o conselheiro federal, Jonas Lopes Neto; o diretor tesoureiro da OAB-RJ, Luciano Bandeira; o ex-presidente da OAB Campos, Filipe Franco Estefann; o filho do patrono do auditório e conselheiro da OAB Campos, Marcos Bruno, além do atual presidente da Ordem em Campos, Humberto Nobre e Marta Oliveira.
Durante a cerimônia, foram homenageados dez ex-presidentes e oito advogados, com mais de 50 anos de carreira, com a medalha Sobral Pinto, advogado que teve atuação ampla no período da ditadura.
O presidente da Seccional, Felipe Santa Cruz, explicou que a medalha homenageia colegas que honraram a advocacia durante a vida. “Em tempos de tanto individualismo, de valores de consumo, de valores fugazes, reafirmamos a nossa crença que a advocacia é uma profissão de longo prazo. Muitas vezes, o grande patrimônio do advogado é o respeito dos outros colegas, conquistado ao longo de uma carreira ilibada”.
As homenagens acontecem ao longo de julho nas 13 subseções cinquentenárias: Campos, Miracema, Itaperuna, São Gonçalo, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Petrópolis, Barra Mansa, Volta Redonda, Barra do Piraí, Valença, Nova Friburgo e Teresópolis.
Cada subseção cinquentenária contará com cerimônias em homenagem aos ex-presidentes da unidade (placa comemorativa) e aos advogados com 50 anos de profissão (Medalha Sobral Pinto).
Haverá ainda o lançamento da publicação “50 anos das Subseções”, elaborada pelo Centro de Documentação e Pesquisa da OAB/RJ especialmente para a ocasião.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

CUNHA SE BENEFICIOU DE ESQUEMA RECRIADO POR LULA - o rombo pode ser maior.....

Por muitos anos a Presidência da Caixa era cargo de indicação do Presidente da República, posteriormente passou a ser ocupada por empregados de carreira da empresa. 

Com a assunção de Lula ao poder este ciclo se rompeu voltando a  ser cargo de indicação da Presidência da República, como também encerrou os Programas de Incentivo à Demissão ou Aposentadoria. 

Vimos acompanhando nos noticiários o poder exercido por Eduardo Cunha sobre seus indicados, (aqui e aqui e aqui) em especial com recursos do FGTS. Recursos estes que são do trabalhador e, que a Caixa Econômica Federal é apenas agente administrador do FUNDO. 

E, o Conselho Curador do FGTS não tem nada a dizer? Ou seus integrantes estão de igual forma comprometidos?

De igual forma, a Petrobrás que inclusive quer atuar como assistente de acusação contra Eduardo Cunha, junto ao STF. (aqui

Estatal encaminhou ao Supremo Tribunal Federal um documento afirmando que o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), "locupletou-se diretamente de recursos escoados criminosamente" da empresa; alegações constam de um pedido feito ao STF para que seja considerado o pleito da estatal em atuar como assistente de promotoria na ação em que Cunha é réu pela acusação de ter recebido US$ 5 milhões em propinas de contratos para a produção de navios-sonda contratados pela petroleira; companhia diz ainda ter sido "a maior vítima do esquema apurado no bojo da intitulada Operação Lava Jato, pois sofreu diretamente os efeitos negativos do delito praticado"

A força-tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba protocolou, na Justiça Federal do Paraná, ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra o deputado federal afastado da presidência da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apontado como beneficiário direto do esquema de corrupção instalado na Diretoria Internacional da Petrobrás, cota do PMDB no esquema.

 


Pelas irregularidades cometidas, a força-tarefa (aqui) pede na ação a reparação do dano no valor de US$ 10 milhões (aproximadamente R$ 35 milhões), a perda dos bens acrescidos ilicitamente ao patrimônio dos demandados, o pagamento de multa civil de três vezes o valor do locupletamento ilícito, a indisponibilidade de bens dos envolvidos no esquema de corrupção, além de pagamento de danos morais coletivos fixadas em patamares suficientes para desestimular a continuidade das práticas ilícitas.

Especificamente em relação a Cunha, além das sanções acima indicadas, os procuradores pedem a suspensão de seus direitos políticos por 10 anos, a perda do enriquecimento ilícito de US$ 5.762.679,66 (R$ 20.169.378,81) relativo à movimentação das contas não declaradas e a proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 10 anos.

A força-tarefa também solicitou, além dos requerimentos já referidos, o perdimento do enriquecimento de Cláudia Cruz de ao menos US$ 1.275.000,00 (R$ 4.462.500,00) relativo à movimentação na conta Köpek, aberta em seu nome, e que recebeu valores transferidos das contas de titularidade de Cunha.












quinta-feira, 31 de março de 2016

ANS garante direito de manter plano de saúde após morte do titular

Quando do falecimento do titular do plano, em especial aqueles que já atingiram a faixa etária que não pode mais ter reajustes as operadoras de plano de saúde aparecem com propostas que de prima facie parecem ser boas, mas que com o tempo você verá que não é bem assim...

Matéria extraída do guia prático da ANS, página 31, aqui e aqui e ainda este artigo aqui da advogada especializada em contratos de consumo Drª Gabriela Guerra ( Cláusula de Remissão - um "presente de grego" dos Planos de Saúde).




segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Amantes, FHC, Renan... as ideias do povo é que precisam fazer sexo

É chegado o momento de as ideias do povo brasileiro fazerem sexo[1]. Durante 516 anos, mirando o poder público, só falamos do sexo dos donos do poder (classes dominantes e reinantes). Ao longo da história, quantos rios de tinta e verborragia foram gastos para falar de amantes de FHC, Lula, Collor, Ademar de Barros, Renan, D. Pedro I, D. Pedro II etc.?


FHC teria pago pensão para sua amante por meio de um contrato de trabalho falso feito por uma concessionária de lojas nos aeroportos brasileiros (Brasif). A pensão da amante de Renan foi paga pela empreiteira Mendes Júnior. Collor teria usado o poder para ter amante famosa. No último debate da campanha de 1989 não se falou de outra coisa senão da amante de Lula.

Um país exaurido, com 150 milhões de analfabetos funcionais, mergulhado em profundas crises (política, econômica e sociais), tem que progredir e varrer da vida pública todos os seus “heróis sem caráter” (mucanaímicos). A Operação Lava Jato deveria ser o ponto de partida para uma evolução comportamental.

Todo mundo sabe que a corrupção é errada[2]: O sociólogo sueco Bo Rothstein afirma que “[os delinquentes econômicos cleptocratas, leia-se] os corruptos sabem que essa prática é imoral e danosa para a sociedade. Mas isso não é suficiente para evitá-la; não basta internalizar os efeitos malignos para a sociedade de uma prática; impõe-se criar os incentivos (e obstáculos) adequados para que as pessoas não se envolvam nela”. Nossa tolerância mucanaímica é que precisa ser proscrita.

Quem, por corrupção, incompetência e pilhagens eleitorais, afunda uma das maiores empresas petrolíferas do mundo (Petrobras), esse é o caso do lulopetismo e seus comparsas, claro que deveria ser rifado do jogo político (pela via jurídica ou pelo voto).

Quem, para complementar os rendimentos de seu filho extraconjugal e de sua ex-amante no exterior, é suspeito de ter sido beneficiado por um contrato falso de uma empresa concessionária de lojas nos aeroportos (duty free – Brasif), claro que deve ser desmascarado e desacreditado (porque um falso herói).

O dono da Brasif (Jonas Barcelos), a propósito, confirmou que ajudou FHC (sem pedido dele) e mandou recursos para o exterior para Mirian Dutra, que foi amante do ex-presidente nos anos 80-90. Tudo feito por meio de um contrato fictício de trabalho (o crime de falsidade, desde logo, é inequívoco)[3]. A relação extraconjugal entre FHC e Mirian esgota a dualidade sexo e poder (sedução, desejos e gozos recíprocos). A parte do dinheiro (na trilogia) vem agora: o dono da Brasif tinha e tem excelentes conexões com as cortes (tanto de FHC como de Lula).

Em 1997, quando o governo FHC reduziu de US$ 500 para US$ 300 dólares o máximo que se podia comprar nas lojas duty free dos aeroportos, seu poder de influência falou mais alto. Prontamente a mudança foi abandonada (e voltou o valor original). Antonio Palocci, ex-ministro da fazenda no governo lulopetista, foi consultor da Brasif, que foi vendida em 2006 para a empresa suíça Dufry (e nisso teria havido “ajuda” – envolvimento – de membros do governo petista – ver Ricardo Noblat). Isso justificaria a postura amena do PT no affair FHC.

É preciso se indignar! (Stéphane Hessel)

As mentiras que todas as grandes lideranças contam (impunemente), cada uma tentando preservar hipocritamente perante seus cegos sectários uma honra impoluta de que não desfrutam (a emenda do segundo mandato de FHC foi “comprada” – ele mesmo admitiu isso à Folha), nos deixa cada vez mais contristados e abatidos, mas mesmo assim é preciso ter agudeza de espírito para examinar com imparcialidade o fluxo veloz de mentiras e decepções que nos assombram e encabulam.

O que há de pior para o predomínio da razão, no entanto, é a postura do inimigo carregado de fel e de desbriamento, porque mais facilmente tomado pela mesma cegueira dos fanáticos, ainda quando esteja diante de uma espantosa e avantajada verdade.

Já não haveria nenhuma necessidade de ficar explorando o tétrico e pútrido cenário nacional, protagonizado por barões ladrões de todas as colorações ideológicas e partidárias, desde o Brasil colônia. Mas ocorre que é preciso se indignar!

É preciso deixar palavras ressoando, ao sabor dos ventos áridos em todos os tempos tortuosos. Vale a pena sempre pesar o que realmente importa para uma vida coletiva comum. Quem vive sem nenhuma bandeira inspiradora não vive, existe!

As ideias necessitam acasalamento

Nas outras espécies animais o nascimento, crescimento, amadurecimento e a morte atendem a programas da natureza. O humano é distinto, porque ele pode progredir em cada etapa da vida (infância, adolescência, idade adulta, idade madura), levando em conta suas experiências pretéritas (Adam Ferguson).

Uma flecha e um computador com inteligência artificial retratam níveis de conhecimentos muito diferentes. Já progredimos bastante (mas precisamos de mais conhecimento). A natureza humana não muda em algumas coisas: busca por comida, por prazer sexual, cuidado com os filhos, concorrência por status, ânimo lucrativo (ganância), evitar dor, medo de altura, medo de insetos e de cobras etc. Isso é natura.

A natura muda lentamente e é fruto da evolução genética (decorrente da prática sexual). A cultura humana pode mudar rapidamente, em virtude da evolução das ideias (que devem se acasalar, se juntar). Singapura e Hong Kong eram dois países completamente corruptos (muito mais que o Brasil hoje). Mudaram nas décadas de 50/60, do século XX (agora ocupam os primeiros lugares na Transparência Internacional).

Nossa capacidade de aprendizado social é incrível (adaptação darwiniana). Nossa tendência para a imitação (G. Tarde) é inevitável. Acasalando-se nossas ideias e iniciativas, incrementamos nossa inteligência coletiva. O corpo humano é fruto da evolução dos genes em bilhões de anos. As sociedades com pouquíssima corrupção são consequência da evolução cultural das ideias e dos comportamentos. É preciso que nossas ideias e nossos comportamentos façam sexo[4].

Podemos ser melhores seres humanos. O canto do mundo que habitamos (Brasil) pode ser muito melhor do que as burras e corruptas elites nos mostraram até aqui. Quem criou os trilhos só prosperou quando se encontrou com a locomotiva. Que seria da roda sem o aço? A cultura só evolui quando trocamos experiências. A troca está para a evolução cultural como o sexo está para a evolução biológica[5].

[1] Ver RIDLEY, Matt. O otimista racional. Tradução Ana Maria Mandim. Rio de Janeiro: Record, 2014.
[2] Ver http://www.pol.gu.se/digitalAssets/1350/1350652_2007_3_rothstein.pdf, consultado em 30/12/15.
[3] Ver BERGAMO, Mônica – http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/02/1740563-fhc-usou-empresa-para-me-bancar-no-exterior-afirma-ex-namorada.shtml, consultado em 25/02/16.
[4] Ver RIDLEY, Matt. O otimista racional. Tradução Ana Maria Mandim. Rio de Janeiro: Record, 2014, p. 14-15.
[5] Ver RIDLEY, Matt. O otimista racional. Tradução Ana Maria Mandim. Rio de Janeiro: Record, 2014, p. 16.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Sexo nas cortes e pensões nebulosas para amantes e filhos: FHC, Lula, Collor, Renan... (1/3)






Introdução
Se já é difícil ter ciência das estrepolias que os donos do poder fazem em pé ou sentados, imaginem saber o que eles fazem deitados, debaixo dos lençóis (aqui), usando (indevidamente, claro) o dinheiro público (a soma de todos esses desvios cleptocratas, seguramente, gera danos sociais incomensuráveis).


Quando o gozo é deles (dos donos do poder) e a conta (sobretudo das pensões nebulosas) vai para nossos bolsos (de forma direta ou indireta), o assunto privado passa a ser de interesse público. Desnuda-se o manto da privacidade. Daí a série de artigos que segue (envolvendo FHC, Renan, Lula, Collor etc.).

FHC, depois das confissões de sua ex-amante Mirian Dutra(aqui) (nos anos 80/90), perguntou: “Por que discutir como se fosse pública uma questão privada”?

A questão deixa de ser privada quando há provas ou fundadas suspeitas de envolvimento do dinheiro público (no seu caso, uma concessionária das lojas duty freee dos aeroportos brasileiros, que fez um contrato fictício de emprego com a ex-amante de FHC, para complementar seus rendimentos).

Todo gozo alheio (gozo dos donos do poder) que tangencia os bolsos dos contribuintes passa a ser um gozo nacional, submetido à necessária transparência que a vida republicana exige (pouco importando o partido ou a ideologia do dono do poder – o povo tem direito de saber tudo sobre corrupção, independentemente da coloração partidária ou ideológica do corrupto).

Capítulo I – Renan Calheiros e Mendes Júnior
Renan Calheiros é um emblemático político do jeito antigo que deveria ser abolido do Brasil, que se tornou o paraíso da cleptocracia não por acaso: aqui o Estado é dominado e governado por agentes públicos e privados que fazem da corrupção endêmica e das pilhagens sistêmicas uma das fontes de acumulação indevida e impune de riqueza.

O medonho escândalo de 2007 do senador com a Mendes Júnior – que o levou a renunciar à presidência do Senado para salvar seu mandato – não teve resposta judicial até hoje. Seu processo foi tirado da pauta do STF (em fev/16). A presunção de impunidade dos barões ladrões, no seu caso, continua com todo vigor.

“Nas favelas, no senado
Sujeira pra todo lado.
Ninguém respeita a constituição.
Mas todos acreditam no futuro da nação.
Que país é esse?” (Legião Urbana, composição de Renato Russo, 1987).


O senador Renan teve uma filha extraconjugal com a jornalista Mônica Veloso. Até aqui, o lado privado da questão. A empreiteira Mendes Júnior, por interpostas pessoas, pagava à jornalista, em dinheiro corrente, o valor de uma pensão mensal da filha. Isso era feito em virtude das emendas que o senador fazia aprovar em benefício da empreiteira. O gozo do senador virou assunto público.

Em um país que é o paraíso da cleptocracia a regra é clara: faça filhos e mande a conta para todos. Tudo se tolera, até mesmo o pagamento de pensão de filho alheio com o dinheiro público. Mas isso não constitui motivo suficiente para sensibilizar o STF, a ponto de receber a denúncia contra o senador, excluindo-o da vida pública.

O ex-Procurador-Geral da República (Roberto Gurgel) só ofereceu denúncia contra Renan em 2013 (seis anos depois dos fatos), precisamente quando o senador foi reeleito para a presidência do Senado (como se ficha limpa fosse). Que país é esse?


A denúncia está no STF há mais de 1.100 dias. Imputam-se os crimes de peculato, falsidade ideológica e uso de documentos falsos. Mais do que corrupção endêmica (pública e notória), um país somente se transforma em paraíso da cleptocracia quando todas as instituições (políticas, econômicas, jurídicas e sociais) fracassam em suas funções (destacando-se aí as instituições jurídicas assim parte da sociedade civil, tolerante com a desfaçatez dos agentes públicos).

Sexo, poder e dinheiro


Sexo, poder e dinheiro, como objetos (inconscientes ou conscientes) do desejo, marcam o affaire Renan Calheiros-Mônica Veloso. O objeto do desejo, psicanaliticamente, é revelado pelo exibicionismo ou pelo voyeurismo. O par complementar do exibicionismo é o voyeurismo. Mônica pousou nua. Com ou sem publicidade, o nu gera enorme excitação.

O psicanalista Renato Mezan, na época dos fatos, explicou: “ao nos entregarmos ao deleite de a olhar, colocamo-nos na mesma posição daqueles com quem ela teve relações. Ora, Mônica Veloso certamente teve outros namorados, mas é com o senador Calheiros que se identifica quem compra a “Playboy” ou acessa o site da revista” (Folha de S. Paulo de 14.10.07, Mais, p. 4).

Todos gostaríamos, diz o psicanalista, “de poder exibir impunemente aquela postura arrogante do senador alagoano, de poder pisotear impunemente as regras do convívio civilizado e de impor nossa vontade aos outros com truculência. Ao comer com os olhos a mulher que foi dele, usufruímos por um instante dos prazeres que ele desfrutou” (Renato Mezan). O articulista conclui: “no nosso inconsciente não nos basta ser amigos do rei: somos o próprio rei, o herói, o caubói”. Muitas vezes, o herói sem caráter macunaímico.


Mas o brasileiro concorda que alguém eleito para cargo público possa usá-lo como se fosse propriedade particular, em benefício próprio [inclusive da própria libido]? 10% estão de acordo com isso (Alberto Carlos Almeida, A cabeça do brasileiro, São Paulo: Record, 2007, p. 20 e 30). Outro enorme percentual tolera isso (do contrário o senador não teria ficado impune até hoje).

Por meio da corrupção, é frequente a trilogia sexo, poder e dinheiro protagonizar engendrados triângulos amorosos: o dono do poder (no caso, um senador) satisfez seu objeto do desejo (sexo), a empreiteira Mendes Júnior também alcançou o seu (dinheiro conquistado por emendas parlamentares) e a jornalista queria um espaço no mundo das celebridades, como escreveu Eliane Robert Morais, na Folha de S. Paulo de 14.10.07, Mais, p. 5).


Os que podem (os donos do poder) conquistam seus objetos de desejo fraudulentamente (corrupção, fraude em licitações, superfaturamentos, dinheiro em paraísos fiscais, lavagem de dinheiro etc.). Os que não podem (os que não são os donos do poder), o fazem violentamente. Os consumidores platônicos, sem meios para consumir licitamente, se obrigam a algum tipo de ilegalidade (quando querem se apoderar de algum objeto de desejo).

Os que podem e mandam (os donos do poder) contam com a prerrogativa de abusar e transgredir (impunemente) as regras da civilização e da moralidade. As contas dos seus objetos de desejo, muitas vezes, são pagas pela população. A ilegalidade dos donos do poder (Foucault) acontece normalmente por meio da fraude. Os despossuídos, que são os chamados “sujeitos monetários sem dinheiro” (sujeitos que vivem sem salário, emprego etc., consoante Roberto Schwarz), alcançam a mesma ilegalidade mais comumente por outro caminho: pela violência.

Cada um usa a linguagem, os recursos e meios que conhece. A isso Roberto Schwartz deu o nome de “desigualdade social degradada”: os donos do poder cleptocratas assim como seus súditos criminosos se merecem mutuamente; nem existe a pureza popular, nem a elite nunca abandonou suas roubalheiras, que constituem uma das formas de se menosprezar os miseráveis. Não existe, portanto, nem a decantada pureza proletária nem tampouco a benevolência inculpável na opulência.

De um lado, “trabalhadores desmoralizados pelo desemprego e rendidos ao imaginário burguês; de outro, uma burguesia ressentida e lamentável, invejosa de suas congêneres do Primeiro Mundo e queixosa de não morar lá, além de amargurada com a insegurança local, que azedou os seus privilégios” (Roberto Schwarz, Folha de S. Paulo de 11.08.07, p. E9). Aliás, também a operação Lava Jato está amargurando os barões ladrões ressentidos.

A que conclusão se chega? A luta de classes no Brasil foi substituída pela “desigualdade social degradada”. Ninguém mais está satisfeito. E o pior: não há “nenhuma perspectiva de progresso, que torne o país decente”, sem corrupção, delinquência econômica e violência.

A presunção de im (p) unidade penal está previamente garantida aos que podem (veja o triângulo amoroso formado pelo senador, pela jornalista e pela empreiteira, até hoje sem nenhuma resposta do Judiciário). Para os destituídos de poder a presunção é outra: de culpabilidade.

O Brasil é um país hierarquizado (DaMatta). Com isso, a posição e a origem social são fundamentais para se definir o que se pode e o que não se pode fazer; para saber se a pessoa está acima da lei ou se teria que cumpri-la (Alberto Carlos Almeida, A cabeça do brasileiro, São Paulo: Record, 2007, p. 16). Quem institui a ordem social, institui também a ordem jurídica e os castigos. Quem tem o poder de castigar tem também o poder de não castigar.

Como se vê, levando-se em conta a trilogia sexo, poder e dinheiro, dentro dos dois Brasis estão distribuídos dois tipos distintos de cidadãos: os que p (h) odem tudo impunemente e os que não p (h) odem impunemente.

CAROS internautas: sou do Movimento Contra a Corrupção Eleitoral (MCCE) e recrimino todos os políticos comprovadamente desonestos assim como sou radicalmente contra a corrupção cleptocrata de todos os agentes públicos (mancomunados com agentes privados) que já governaram ou que governam o País, roubando o dinheiro público. Todos os partidos e agentes inequivocamente envolvidos com a corrupção (PT, PMDB, PSDB, PP, PTB, DEM, Solidariedade, PSB etc.), além de ladrões, foram ou são fisiológicos (toma lá dá ca) e ultraconservadores não do bem da nação, sim, dos interesses das oligarquias bem posicionadas dentro da sociedade e do Estado. Mais: fraudam a confiança dos tolos que cegamente confiam em corruptos e ainda imoralmente os defende.





Professor
Jurista e professor. Fundador da Rede de Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto Avante Brasil. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), Juiz de Direito (1983 a 1998) e Advogado (1999 a 2001). [ assessoria de comunicação e imprensa +55 11 991697674 [agenda de palestras e entrevistas] ]


















terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

NCPC às vésperas de entrar em vigor*......SOFRE ALTERAÇÕES NA "VACATIO LEGIS"




No dia 05/02/2016 foi publicada no DOU  a Lei Federal nº 13.256/2016, (aqui)

que altera os artigos 12 (ordem cronológica de conclusão para julgamento), e,

os artigos 153,521,537,966 (ação rescisória), 988 (reclamação), 1.029, 1.035,

1.036, 1.038, 1.041  e 1.042, além de revogar expressamente outros

dispositivos do Novo Código.

Procure ficar atento a outras alterações que vierem a surgir....


* dentre outros pontos polêmicos até a data da entrada em vigor consegue ser objeto de polêmica (este é o tema de nossa próxima publicação)